Lições Difíceis
Edwin S. Hinks, deão da Catedral de St. Michael, de Boise, Idaho, testemunhou que Orchard “escreveu o relato de sua vida, por sua própria vontade, durante a última metade do ano de 1906, contando-me muitas vezes que seu objetivo foi apresentar um aviso a todos os que possam lê-lo contra o dar os primeiros passos em um caminho imprudente que termina tão rapidamente em ruína.” Note as palavras cheias de significado: “dar os primeiros passos em um caminho imprudente”. Dificilmente Judas Iscariotes teria se imaginado como traidor do SENHOR JESUS quando se tornou Seu discípulo. Contudo, o final da sua vida é uma lição estarrecedora de que mesmo as pessoas mais privilegiadas podem descer tão baixo como jamais teriam sequer imaginado. Orchard aprendeu essa lição amargamente. Entre as lições de vida que podemos tirar dessa primeira parte da história de Orchard podemos destacar as seguintes: 1. Nosso futuro não é escravo do nosso passado e somos responsáveis pelo nosso próprio destino. Se o passado nos ensinou o que é bom, podemos tirar proveito do aprendizado procurando crescer dia a dia a fim de termos um futuro brilhante. Se o passado nos apresentou o que é mau, podemos tirar lições do que devemos evitar no futuro e do que precisa ser mudado a fim de que o restante das nossas vidas possa ser uma bênção a nós mesmos, aos que estão à nossa volta e, quem sabe, a toda a humanidade. Nosso futuro depende das nossas decisões de hoje. 2. A falsa segurança conduz a caminhos inimagináveis e pode nos levar a resultados trágicos. As pessoas mais sábias não são as que têm maior quantidade de conhecimento acumulado, mas as que estão sempre dispostas a aprender mais e a fazer bom uso daquilo que aprendem. Aqueles que acreditam que sabem tudo são os maiores candidatos a passar muita vergonha em algum momento da vida. “O orgulho vem antes da destruição; o espírito altivo, antes da queda” (Provérbios 18:16 - NVI). “O prudente percebe o perigo e busca refúgio; o inexperiente segue adiante e sofre as conseqüências” (Provérbios 22:2 - NVI). 3. Não dar o primeiro passo no caminho errado. O primeiro passo errado torna mais fácil o segundo, o terceiro, e assim se prossegue em direção à destruição. Uma frase conhecida afirma que “um erro não conserta o outro”; contudo, depois de terem cometido alguns erros, alguns se verão na “necessidade” de cometerem outros erros a fim de ocultar os primeiros ou mesmo de tentar fugir das consequências. É assim que o mal cresce na vida até que a pessoa descobre, às vezes tarde demais, que foi muito longe. Se o caminho da destruição começa com um primeiro passo, evite dá-lo. 4. A integridade começa com as pequenas coisas. Formigas e cupins são insetos muito pequenos para serem considerados perigosos por algumas pessoas; mas quem já viu casas ruírem por causa desses pequeninos seres não acha que sejam tão insignificantes assim. Um produto com peso errado, uma fatura com valores incorretos, um ato de “esperteza” maliciosa numa negociação ou o tirar vantagem da ignorância de alguém não são coisas que existiram apenas na vida de Orchard. Pequenos atos facilmente se tornam hábitos e os hábitos formam o caráter. Reflita: As pessoas que lhe conhecem podem se lembrar de você como uma pessoa íntegra, ou como uma pessoa “mais lisa do que sabonete”, em quem se deve “confiar desconfiando”? Pequenas coisas podem fazer muita diferença. 5. Dar valor às boas influências e fugir das más. Orchard recebeu boas influências dos familiares e amigos cristãos, incluindo seus pais e sua esposa, e recebeu más influências dos amigos que o ensinaram a ser desonesto nos negócios, a beber e a jogar. Infelizmente, ele não deu o devido valor às boas influências e deu espaço às más. “Aquele que anda com os sábios será cada vez mais sábio, mas o companheiro dos tolos acabará mal” (Provérbios 13:20 - NVI). Conheci um jovem que desde cedo aprendeu a levar a sério os ensinamentos que recebia dos pais. Tornando-se adolescente, era respeitado pelas pessoas de mais idade e recebia responsabilidades que, normalmente, só eram dadas a pessoas mais velhas. Um dia chegou àquela localidade um outro jovem, cerca de três anos mais novo, que desde o começo mostrou ser um adolescente terrivelmente rebelde. Devido às atividades que exerciam, ambos começaram a passar muito tempo juntos e o mais velho, pacientemente, foi tentando mostrar ao amigo obstinado as vantagens de se adotar uma conduta melhor. Com o passar do tempo o jovem que não gostava de receber ordens e não sabia demonstrar cortesia começou a mudar e tornou-se um jovem educado e responsável. Hoje ele é um respeitado chefe de família, líder em sua comunidade e trabalha como oficial de justiça em um importante fórum do estado de São Paulo. Felizmente, a boa influência produziu frutos. “Assim como o ferro afia o ferro, o homem afia o seu companheiro” (Provérbios 27:17 - NVI). A mais poderosa de todas as influências à qual Harry Orchard não soube dar o devido valor em seus primeiros anos foi a Bíblia Sagrada, que ele lia algumas vezes quando jovem por influência da mãe e que, se ele a tivesse sabido apreciar, poderia tê-lo impedido de ir tão longe no mau caminho. “O temor do SENHOR aumenta os dias, mas os perversos terão os anos da vida abreviados” (Provérbios 10:27 - ACF). Você tem aproveitado bem essa boa influência?
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