Estresse e Fuga
As Aventuras de Orchard
O estresse que acompanha uma vida sobrecarregada rouba a vitalidade da pessoa. Quando a alegria de viver vai desaparecendo e o dia a dia não traz satisfação, a pessoa busca algum tipo de prazer ou compensação. Geralmente, tal pessoa desconhece a origem do problema e acaba procurando no lugar errado algo que a satisfaça, o que agrava ainda mais a situação. Essas formas artificiais de compensação não passam de paliativos inúteis e enganosos que deixam um sentimento de culpa e formam a um círculo vicioso escravizante que leva ao que muitos chamam de “fundo do poço”.
Essas fontes de prazer perigosas, também descritas como válvulas de escape para a infelicidade, têm as mais variadas formas e possuem diferentes graus de periculosidade. Algumas delas são:
1. O álcool. É conhecida a frase: “Eu bebo para esquecer”. Mas assim que passa o efeito da bebida a “memória” volta e o sentimento de culpa e fracasso leva a vítima a beber novamente, pois agora tem algo mais para tentar esquecer: o vício da bebida. Na verdade a pessoa não esquece; a consciência é anestesiada pelo álcool e, por um breve tempo, a pessoa deixa de levar a sério a vida real. Esse recurso é tremendamente destrutivo para o caráter, para a mente e para a saúde, matando lentamente.
2. O jogo. A adrenalina produzida durante o jogo funciona como um estimulante, levando a pessoa a vivenciar o que parece ser um simples momento de diversão e euforia. A interatividade com uma situação cujos resultados são inesperados instiga a mente e a pessoa experimenta sensações que contrastam com a monotonia ou o estresse rotineiro. Embora algumas pessoas não creiam facilmente no fato, essa situação faz com que o próprio corpo produza, através do sistema hormonal, os elementos necessários para que o vício se estabeleça. O próprio Orchard foi vítima desse mal, que foi uma das principais causas da sua degradação.
Conheci uma mulher, respeitável mãe de família, que se deixou levar pelo vício do jogo a tal ponto que não somente destruiu a própria reputação, como arruinou a carreira do seu esposo e prejudicou financeiramente várias pessoas que confiavam nela. O jogo é um problema sério, vicia, e muitas pessoas só se recuperam depois de muita luta e ajuda profissional.
Esse problema não envolve apenas os jogos de apostas ou de azar; está presente até mesmo em coisas mais populares. Conheço uma família cujos filhos adolescentes apresentam sérios distúrbios comportamentais decorrentes do que muitos chamam de “diversão doméstica”. As coisas chegaram ao ponto de que quando alguém batia à porta da casa um deles apenas gritava: “estou ocupado”, sem sequer se levantar para saber do que se tratava.
Diariamente um grande número de jovens e até mesmo de pais de família perdem importante quantidade de horas de sono, comprometendo sua eficiência profissional ou cognitiva enquanto ficam presos pelo “vício inocente” em frente a uma tela de computador ou de vídeo-game. Será que vale a pena?
3. O fumo e as drogas entorpecentes. Quem não usa repugna seu uso e quem usa não consegue parar com facilidade. Não é preciso comentar a respeito, porque qualquer pessoa sabe que é grande o preço que se paga por experimentar algo assim, seja por mera curiosidade ou para aliviar o sofrimento numa situação difícil.
4. A comida. Por incrível que pareça, a comida pode se tornar um perigo para muitos. Inconscientemente, muitos buscam sentir prazer comendo; o prazer que não encontram de outra forma, tentam sentir pelo paladar e pela degustação. Muitas pessoas estressadas comem em excesso, especialmente comidas ricas em carboidratos, gorduras e açúcares e assim se tornam obesas, hipertensas, diabéticas e portadoras de doenças cardíacas ou outras semelhantes. O problema original não é resolvido e elas têm agora novos problemas que lhes renovam o desejo de “compensar” a insatisfação da forma que sabem, ou seja, comendo. É um círculo vicioso destrutivo.
5. O prazer afetivo-sexual. O amor-paixão é uma bênção na vida a dois, completando a felicidade do matrimônio. A paixão é “linda” em contos e novelas; mas na vida real, quando destituída do amor verdadeiro, racional e comprometido, é causa de muitos crimes e desgraças. Quando desenfreada ela não conhece limites, não respeita pessoas, não avalia consequências e não deixa de provocar sofrimentos. Uma pessoa sobrecarregada, estressada, pode acabar procurando uma compensação em alguém que a satisfaça emocionalmente ou que lhe dê prazer sexual, sem levar em conta o fato de que a vida não é um conto de fadas e nem tudo leva a finais felizes. Luiz Waldvogel citou uma frase sábia num de seus livros: “Toda vez que o sentimento domina sobre a razão vai o barco a toda vela sem piloto e sem timão” (Sabiá na Gaiola, Pág. 55). As consequências sempre chegam, às vezes mais cedo do que se imagina; a vida de Orchard comprova essa verdade. Desnecessário é falar sobre a vasta gama de doenças sexualmente transmissíveis e seu séquito de desgraça, sofrimento e morte. Vale lembrar que a pornografia também vicia e tem alto potencial de destruição do caráter, além de ser uma porta para a promiscuidade.
A lista poderia continuar, mas o que foi dito já nos fornece um vislumbre de alguns dos perigos pessoais que assediam uma vida sobrecarregada. O próprio SENHOR JESUS advertiu quanto a isso ao falar sobre os perigos dos últimos dias. Ele disse: “Acautelai-vos por vós mesmos, para que nunca vos suceda que o vosso coração fique sobrecarregado” (Lucas 21:34 - ARA). E o que causaria essa sobrecarga? A tradução conhecida como Nova Versão Internacional continua esse mesmo verso especificando: “libertinagem, bebedeira e ansiedades da vida”; a tradução britânica cita, nessas palavras finais, “os cuidados desta vida”. Curiosamente, a palavra original traduzida por libertinagem poderia ser traduzida também como glutonaria, ou “excesso no comer”, como aparece na mesma tradução britânica. Resumindo, uma lição simples que podemos tirar do texto citado é: até mesmo “os cuidados desta vida”, ou as preocupações rotineiras do dia a dia, podem sobrecarregar e gerar situações perigosas.
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Texto extraído do livro
As Aventuras de Orchard
da Editora Luzes da Alvorada.
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