Rotina Destruidora
As Aventuras de Orchard
Burke e Serra Pelada não são as únicas cidades onde as pessoas viviam em função do ganho em uma rotina asfixiante. Em muitas das grandes cidades modernas encontramos pessoas que levam entre duas e cinco horas, todos os dias, para se deslocarem de casa para o trabalho e voltarem em trens e ônibus apinhados, prosseguindo em uma rotina que já não suportam mais. Muitos esperam que isso não seja por muito tempo; mas tais ambientes e circunstâncias têm características escravizantes fazendo com que essas pessoas tenham grande dificuldade para mudar de vida.
Muitos mineiros foram para Burke acreditando que valeria a pena trabalhar recebendo três dólares e meio por dia numa jornada de até dez horas diárias, sete dias por semana, achando que poderiam juntar algum dinheiro facilmente e depois mudar de vida. Até hoje esse erro é cometido por milhares de pessoas que olham para lucros ilusórios sem levarem em conta as perdas; tanto os mineiros de Burke, naquela época, como os garimpeiros de Serra Pelada, mais recentemente, pagavam mais caro lá por alimentação, alojamento, remédios, etc.
Mas havia um custo ainda maior: Se a expectativa de vida naqueles anos já não era das melhores, ela era bem menor no caso dos mineiros devido à alta incidência de bronquite, silicose, reumatismo e tuberculose. Muitos operários não chegavam nem aos 40 anos de vida. Vale recordar aqui as palavras do SENHOR JESUS: “Que aproveita ao homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua vida? Ou que dará o homem em troca da sua vida?” (Mateus 16:26 - AA) Muitos ainda hoje encurtam a vida enquanto pensam que é por uma boa causa e que estão ganhando mais.
O pior, e que acontece muito, é que muitas pessoas ganham pouco, trabalham demais e gastam tudo numa rotina que conduz apenas a uma aposentadoria minguada, na qual talvez tenham que continuar trabalhando para terem uma vida digna, ou à morte. As pessoas vivem estressadas, quase não podendo suportar a si mesmas, os lares se esfacelam com muita facilidade e os filhos são criados “do jeito que dá”, ainda que para isso seja preciso deixá-las numa escola ou creche o dia todo ou mesmo na frente da “babá eletrônica”, assistindo toda espécie de conteúdo degradante sobre o qual os pais não exercem qualquer controle.
Aí esses pais tentam compensar a própria ausência comprando para os filhos coisas que, na maioria dos casos, só os levam mais para baixo no nível moral e na formação do caráter. É dessa forma que muitos pais passam meses ou anos pagando prestações de vídeos-game, tablets, computadores, celulares e outras coisas que são apenas uma panacéia inútil para suas próprias consciências culpadas e um veneno destruidor para o caráter dos filhos.
Não é raro pessoas terem dificuldade para conseguir um emprego e se estabelecerem numa situação assim; consequentemente, elas não se sentem seguras para tomarem alguma iniciativa, que por vezes precisa ser muito drástica, para mudarem de vida. Lutaram e sofreram tanto para conseguirem o que conseguiram que têm medo de se aventurarem em algo que, imaginam elas, poderia ser bem pior; afinal, se numa cidade grande como São Paulo é tão difícil ganhar a vida, quão mais difícil não seria numa cidade pequena? E assim, pessoas enganadas pelas aparências fazem exatamente o oposto daquilo que poderia trazer-lhes uma vida melhor e um futuro mais seguro para suas famílias.
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Texto extraído do livro
As Aventuras de Orchard
da Editora Luzes da Alvorada.
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