Espiões Amadores
As Aventuras de Orchard
Os tristes incidentes ocorridos em 1892 no Estado de Idaho e a participação que Charles A. Siringo teve no desenrolar dos acontecimentos nos trazem algumas dolorosas lições de vida. Quão amarga deve ter sido para muitos a descoberta de que o homem em quem depositaram tanta confiança, o próprio secretário da união dos mineiros, que havia até emprestado dinheiro para alguns colegas em ocasiões de necessidade, era, na verdade, o espião que estava por trás da maioria das suas frustrações.
Longe de estar justificando de qualquer forma que seja os atos vis praticados pelos envolvidos em ambos os lados daqueles conflitos, o que nos chama a atenção é o gosto amargo de um ser humano se sentir traído. “Até o meu melhor amigo, em quem eu confiava e que partilhava do meu pão, voltou-se contra mim.” Salmos 41:9 (NVI). Estas palavras dolorosas fizeram parte da realidade do próprio SENHOR JESUS em João 13:18, durante a última ceia, já sabendo Ele que Judas Iscariotes o estava traindo.
É terrivelmente amarga a verdade de que em nossos dias, ao nosso redor, existem pessoas que agem como “espiões” amadores, procurando assuntos a respeito da vida alheia para divulgarem a terceiros. Fazem-se passar por pessoas amigas, que querem ajudar num momento de necessidade, como fazia Siringo até mesmo emprestando dinheiro a alguns colegas quando precisavam. Quantas pessoas têm se decepcionado terrivelmente por terem confiado segredos pessoais a quem nunca mereceu tal confiança. Quantas vidas são destruídas por “amigos” que aparentam ser confidentes confiáveis num momento de angústia e que se mostram ao longo do tempo não serem muito mais nobres do que o foi Judas Iscariotes.
“Maldito o homem que confia em outro homem, que da carne faz o seu apoio e cujo coração vive distante do SENHOR!” (Jeremias 17:5 - VC). Quantas pessoas perdem a chance de crer que há um DEUS que entende nossas angústias e simpatiza-Se conosco em nossas aflições. É pelas conseqüências dos seus próprios atos confiando em seres humanos que traem, e não por um decreto divino, que a maldição contida no texto citado se torna uma realidade.
Imagine um cachorro andando na rua e alguém, sem mais nem menos, pegar o cachorro pelas orelhas e suspendê-lo. É a isso que a Bíblia compara a pessoa que se mete na vida dos outros: “O que, passando, se mete em questão alheia é como aquele que toma um cão pelas orelhas” (Provérbios 26:17 - AA). E as Escrituras acrescentam: “Quem vive contando casos não guarda segredo; por isso, evite quem fala demais” (Provérbios 20:19 - NVI).
As pessoas que não conseguem segurar a língua e falam mal dos outros são ingênuas o bastante para achar que não vai lhes acontecer o mesmo. Que motivo racional tais pessoas poderiam ter para acreditar que outras pessoas não padeceriam do mesmo mal que elas? É ridículo ver uma pessoa fofoqueira chorando magoada, se sentindo ofendida por ter descoberto que outra pessoa falou mal dela. Ela se sente injustiçada, uma “vítima inocente” que “não faz mal a ninguém”, cuja “idoneidade” todos conhecem, não é mesmo?
Outro caso: Você já viu alguma mulher (muitos homens também padecem desse mal) dizendo: “não gosto de falar certas coisas perto daquela pessoa porque ela é muito fofoqueira”? O que essa mulher está fazendo além de confessar que também é fofoqueira?
Os fofoqueiros, pateticamente, acham que os outros entendem as suas “boas intenções” quando falam dos outros e imaginam que vai ficar tudo bem só porque disseram algo como: “estou falando pra você pelo seu próprio bem, mas não diga a ninguém que fui eu quem lhe contou”; “eu não quero me comprometer”; “fulano me pediu segredo e estou confiando em você”; “eu sei que não se deve falar essas coisas, mas fica só entre nós” ou “não fale para fulano”. A moral do fofoqueiro, aos olhos dos que o cercam, lembra uma pessoa que não tem espelho em casa: só ele não sabe a imagem que tem. Você conhece a fábula da “roupa nova do imperador”? A estória do rei que saiu nu pelas ruas achando que estava “abafando”, vestindo uma roupa que só os inteligentes podiam ver? Fofoqueiro é assim: anda moralmente nu pelas ruas e acha que está “abafando”.
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Texto extraído do livro
As Aventuras de Orchard
da Editora Luzes da Alvorada.
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