Uma Arma Na Boca
As Aventuras de Orchard
Assim como foi a tragédia de Frisco e Gem, quando pessoas perderam a vida por causa da revolta dos trabalhadores avolumada pela descoberta de um espião entre eles, muitas outras tragédias ainda ocorrem cujo estopim passa pela boca de pessoas de caráter curto e de língua comprida. Mal sabem essas pessoas da pena que está reservada para elas, a menos que se arrependam e mudem de vida, no dia do grande acerto de contas, “pois todos nós devemos comparecer perante o tribunal de CRISTO, para que cada um receba de acordo com as obras praticadas por meio do corpo, quer sejam boas quer sejam más” (2 Coríntios 5:10 - NVI). Algumas pessoas encaram essa verdade bíblica como uma lenda ou folclore, mas a realidade é que a maioria delas age assim porque sabem em seu íntimo que admitindo a autoridade bíblica estariam se condenando. A maioria dessas pessoas muda suas “crenças” quando se descobre com uma doença terminal. Por que viver uma mentira, achando que está tudo bem quando, na verdade, não está?
Muitos acham que os crimes e pecados originados pelo mau uso da língua são considerados como coisa pequena ou como um mero “acidente” aos olhos do Céu. Mas, ao contrário disso, a verdade é que o próprio SENHOR JESUS falou sobre quão abominável é aos olhos do Céu o ato de uma pessoa fazer outra tropeçar por causa dos seus atos. “Mas qualquer que fizer tropeçar um destes pequeninos que crêem em mim, melhor lhe fora que se lhe pendurasse ao pescoço uma pedra de moinho, e se submergisse na profundeza do mar. Ai do mundo, por causa dos tropeços! pois é inevitável que venham; mas ai do homem por quem o tropeço vier!” (Mateus 18:6 e 7 - AA).
Os mineiros envolvidos naquelas mortes entraram no conflito achando que estavam apenas defendendo os seus direitos ou fazendo justiça para com seus companheiros. Assim também milhares de pessoas hoje causam tragédias pelo uso que fazem da própria língua, por vezes querendo apenas “fazer justiça” ou “prevenir” uma pessoa inocente, “impedindo-a de cometer algum erro”, de “ser enganada” ou de “ter problemas” por não saber de “certos fatos” da vida alheia. Nunca se sabe qual será o tamanho do mal causado até que as conseqüências revelem o tamanho da desgraça e do motivo para arrependimento.
O SENHOR JESUS deu pessoalmente a receita para a solução para a maioria dos conflitos pessoais, que começa com as seguintes palavras: “Se o seu irmão pecar contra você, vá e, a sós com ele, mostre-lhe o erro. Se ele o ouvir, você ganhou seu irmão. Mas se ele não o ouvir, leve consigo mais um ou dois outros, de modo que ‘qualquer acusação seja confirmada pelo depoimento de duas ou três testemunhas’” (Mateus 18:15 e 16 – NVI).
A verdade é que esse ensino bíblico é algo que poucos estão dispostos a praticar, sendo levado a sério apenas por um reduzidíssimo número de pessoas dignas e corajosas. Enquanto isso a grande massa, a enorme multidão dos dissimulados que parecem ser “agentes secretos” do mal, faz de conta que não tem nada a ver com o assunto e continua falando por trás, à semelhança de alguns assassinos covardes que também atiram pelas costas.
Algumas pessoas se sentem estimuladas quando contam “notícias” a respeito da vida de outras pessoas, sendo para elas algo tão irresistível como comer chocolate ou saciar um vício. Mas, assim como não se justifica a atitude de uma pessoa promíscua ou de um viciado em entorpecentes, não se pode justificar o erro de quem fala o que não deve só porque ela não consegue resistir à tentação. É possível vencer esse mal. Os dois pequenos volumes intitulados “Uma Serpente Entre os Dentes”, publicado por esta mesma editora, trata desse assunto com detalhes, clareza e a devida seriedade, trazendo relatos interessantes e lições de vida que serão úteis tanto para quem quer vencer as tentações da língua quanto para quem já sofreu demais por causa da língua dos outros. Vale a pena conferir.
Fica aqui uma reflexão, ao concluirmos mais este capítulo: Haveria alguma chance de eu estar sendo porta-voz de más notícias sobre a vida alheia, ainda que ocasionalmente? Estaria eu correndo o risco de “fazer justiça” da forma errada, falando de alguém pelas costas (mesmo que essa pessoa “mereça”), sem ter a digna coragem de falar diretamente com a pessoa envolvida? Que o Bom DEUS nos conceda graça para fazermos parte do seleto grupo dos corajosos, possuidores de caráter digno e nobre, e não da multidão dos que só têm “coragem” de falar pelas costas.
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Texto extraído do livro
As Aventuras de Orchard
da Editora Luzes da Alvorada.
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