Preso
A cena era bizarra: um homem arrogante, mas muito bem vestido, sendo algemado por um homem que estava tão mal vestido que ninguém imaginava quem era. Alguns minutos depois desciam os quatro do ônibus: o policial, o arrogante “arrumadinho” e as duas testemunhas, ao som da comemoração de vários rapazes que estavam no coletivo: - “Hihuuu”, “ehhhh”, o “playboy” saiu preso e o pobrezinho era policial. Ao chegar ao distrito policial, descobriu-se que o homenzinho bravo que disse “você sabe com quem está falando?” trabalhava varrendo uma agência bancária no centro de São Paulo, onde já tinha fama de encrenqueiro. Esse incidente faz lembrar um texto ironizando a falta de educação imperante na sociedade moderna que se espalhou largamente pelas redes sociais. O texto fala sobre uma “importante descoberta científica: Grávidas e idosos causam sono”; e explica: “Toda vez que mulheres grávidas e idosos entram num ônibus, as pessoas sentadas dormem”. Qual pessoa que viaje habitualmente em ônibus coletivo urbano ou metrô nunca presenciou algo que lembre essa declaração? Existem muitas pessoas, até mesmo em posição privilegiada na sociedade que, em certas ocasiões, fazem parecer que foram educadas por um jumento. Não entendem o que é cortesia, são teimosas e estão sempre prontas a, quando contrariadas, demonstrar tremenda habilidade para “dar coices”. O egoísmo campeia na sociedade moderna; “eu sou importante; os outros que se adaptem”. Você já ouviu em algum lugar a frase “os incomodados que se mudem”? Existe um refrão, que bem poderia ser definido como diabólico, o qual já ouvi sendo pronunciado por pessoas que se consideram bem educadas: “ema, ema, ema, cada um com seu problema”. Embora seja impressionante o baixo nível de civilidade e consideração pelo semelhante ao qual tantas pessoas desceram, o que mais impressiona é o fato de que tais pessoas querem e esperam ser felizes. Seria mais fácil chegar à lua de bicicleta. É fato comprovado que as pessoas mais egoístas e arrogantes são sérias candidatas a terem úlceras, enfermidades psicossomáticas e problemas psiquiátricos em algum momento da vida. Elas estão também entre as que mais precisam de advogados (na maioria das vezes por motivos banais), as que mais procuram divórcio e as que mais fazem uso de remédios para dormir. Essas pobres almas sempre se deparam com situações nas quais se sintam “injustiçadas”, mal-compreendidas ou devam “defender seus direitos”. Mal se livram de um problema, logo se deparam com outro. Confundem prazer com felicidade e não raro adquirem maus hábitos ou vícios que, segundo imaginam, seriam apenas um meio de amortizar as angústias da vida. Essas pessoas, quando agem mal ou ferem a outros, sempre têm um motivo ou uma explicação que, na maioria das vezes, tem algo a ver com não levar “desaforo pra casa”, não ter “sangue de barata”, não aceitar “injustiça” ou achar que “o que certo é certo”. Se elas estão tão bem preparadas para definir o que é certo e justo, por que, em vez de serem pessoas mais felizes, são as que ficam estressadas mais frequentemente? Será que não há algo errado? Se o egoísmo e a busca dos próprios interesses ajudam a pessoa a garantir a própria felicidade, por que pessoas como a Madre Tereza de Calcutá ou Mahatma Gandhi não aparentavam ser pessoas infelizes, embora tenham dedicado suas vidas ao bem dos outros? E mais ainda: Se essas pessoas que colocam os próprios interesses em primeiro lugar estão certas, JESUS CRISTO teria sido um dos homens mais errados de todos os tempos. Ele ensinou a dar a outra face quando se recebe uma agressão, pediu ao Pai que perdoasse Seus assassinos e, de acordo com uma afirmação do Apóstolo Paulo, teria dito que “mais bem-aventurada coisa é dar do que receber” (Atos 20:35). A expressão “bem-aventurada” significa “feliz”. Se Ele está certo, então as pessoas que pensam só em si mesmas jamais serão verdadeiramente felizes! Não creio que Ele estivesse errado. E você, o que acha? Muitos erram por não saberem a diferença entre o que é bom e uma imitação barata. Algumas pessoas, querendo ser alegres, se tornam gaiatas e frívolas. Outras, querendo ser boas de conversa, não percebem que falam muito de si mesmas e das suas próprias opiniões, achando que o mundo precisa que elas se manifestem, como se fizessem um favor; mas estão só sendo desagradáveis.
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