Teria Sido Sorte?
Não Foi Por Acaso

DEUS sempre esteve presente em minha vida; mas tenho que admitir que demorou para que eu entendesse o tamanho do amor e do cuidado dEle por mim e por cada um de nós. Contudo, não demorou tanto para que eu entendesse que ser agradecido e valorizar as pequenas coisas que DEUS faz pode ser um dos primeiros passos que precisamos dar a fim de desimpedir o caminho para que Ele possa fazer grandes milagres em nossas vidas.

Lembro-me de uma ocasião na qual fui à casa de um amigo, um cristão fiel, e, ao sair da casa dele, tive o desapontamento de constatar que o meu carro tinha ido embora sem mim - havia sido roubado.

Aquele amigo havia me acompanhado até o lugar onde o carro deveria estar e imediatamente se dispôs a me ajudar no que fosse preciso, primeiramente dando umas voltas com seu carro por perto, para ver se haveria alguma pista do meu, especialmente nos arredores de uma favela que havia não muito longe dali, e em seguida me levando à delegacia para os procedimentos necessários.

Saímos de carro da casa dele, descendo pela rua principal do bairro, e poucas quadras abaixo encontramos o meu carro abandonado num local escuro de um posto de combustível. Os marginais, aparentemente, conheciam bem o seu “trabalho”, pois cortaram um dos cabos de vela para fazer a conexão do distribuidor, substituindo o cabo principal que eu sempre tirava, justamente para evitar algum roubo. E se eles sabiam fazer isso, obrigando o carro a andar com um cabo a menos, saberiam também fazer ligação direta embaixo do painel e ligar a bobina e a ignição eletrônica direto na bateria, como o fizeram. Seja lá como for, o carro não colaborou e eles desistiram e o abandonaram. Os frentistas do posto falaram que viram dois rapazes tentando, sem resultado, fazer o carro pegar antes de saírem dali, abandonando o mesmo.

Para mim, aquilo era um presente de DEUS, algo que parecia ser um milagre ou, ao menos, a Providência Divina atrapalhando a ação dos ladrões. Eu não me cansava de falar que DEUS é bom e que Ele tinha me socorrido, talvez com um milagre.

Mas o meu amigo que, repito, é um cristão fiel sincero, não demorou a falar que deveria ter sigo alguma chave escondida ou algo semelhante que teria feito com que o carro não funcionasse. Aquilo me chocou demais! Não por desaprovar a sinceridade dele ao dizer isso, mas porque percebo que estamos muito propensos a tentar “explicar” o que DEUS faz, atribuindo os acontecimentos ao nosso redor a causas naturais. Não damos valor ao que DEUS faz e depois reclamamos que não vemos Ele fazer muitos milagres.

Ao considerar essa situação, não posso deixar de me lembrar do texto bíblico: “A quem tiver, mais lhe será dado; de quem não tiver, até o que pensa que tem lhe será tirado” (Lucas 8:18). Muitas pessoas acabam, elas mesmas, provocando a perda do pouco; ou ainda pior: nem era tão pouco o que tinham, mas os olhos delas estavam fechados para ver a realidade e saberem dar valor. Só depois da perda é que lamentam: “eu era feliz e não sabia”.

Muitas pessoas reclamam dos pais, dos esposos ou das esposas até que, diante da sepultura daquela pessoa, começam a engrandecer a finada figura e a dar-lhe valor que não lhe deram em vida. Lembro-me de um comentário irônico que ouvi: “Muitas pessoas reclamam que não têm nada; mas depois de uma enchente elas dizem que a água destruiu tudo o que elas tinham”. Do nada para o tudo foi uma simples questão de perspectiva; muitas vezes só damos valor ao que temos depois que perdemos. Com as bênçãos do Céu acontece a mesma coisa: podemos acabar perdendo aquilo que não valorizamos.

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Texto extraído do livro
Não Foi Por Acaso
da Editora Luzes da Alvorada.
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