A Uti
Não Foi Por Acaso

O primeiro capítulo deste volume relatou a ocasião na qual fui levado para a terceira cirurgia, quanto eu estava à beira da morte. Como já foi mencionado, o médico havia dito à minha família que, provavelmente, eu não sairia vivo da mesa de cirurgia. As horas se passaram, a cirurgia terminou e ele foi dar notícias à minha família, que estava esperando os resultados da mesma.

- A cirurgia já terminou - disse o médico - e ele está vivo. Nós fizemos uma oração antes da cirurgia e ele não morreu. Mas o quadro dele é extremamente grave e ele está sendo levado para a UTI, enquanto aguardamos o que vai acontecer. Ele ainda está com

O fato é que eu estava com infecção generalizada e a mesma agravava a hemorragia. Meu abdome não foi suturado; foi deixado aberto, coberto por curativos, enquanto eu permanecia em coma na UTI, ligado aos aparelhos.

No dia seguinte fui submetido a outra cirurgia. A hemorragia persistia e meu organismo não reagia. A infecção havia feito sérias incursões ao ponto de a fita micropore (que se usa atualmente em lugar de esparadrapo, sendo mais delicada) arrancar junto a superfície da pele quando era removida, durante a troca de curativos. Por dentro do abdome os pontos de hemorragia se somavam; parecia que quando um era estancado outro surgia. E assim transcorreu a quarta cirurgia sendo que, ao final da mesma, os médicos encheram meu abdome de gaze para que fosse possível, no dia seguinte, pelas manchas nas gazes serem detectados os últimos pontos de sangramento, a fim de que se pudessem tentar estancá-los.

Chegou então a quinta cirurgia. Eu recebia transfusões de sangue, plasma e plaquetas o tempo todo. Foram mais de sessenta bolsas de sangue e derivados. Todos os esforços foram feitos para se conter a hemorragia até o ponto em que, agora, só restava esperar. Depois dessa última cirurgia parecia que a hemorragia estava sendo contida; mas meu organismo tinha sido severamente afetado. Fui colocado na UTI ao lado do equipamento de hemodiálise, pois temia-se que os meus rins entrassem em colapso a qualquer momento e aquele equipamento tivesse que ser usado.

As horas foram se passando e eu não melhorava. Os dias foram se passando e as reações esperadas não vinham. A situação chegou a um ponto em que o médico responsável pela UTI disse à minha família que não havia nada mais a ser feito, dando a entender que estavam apenas esperando a minha morte, a qual seria apenas uma questão de tempo.

Durante os dias nos quais estive em coma minha mente ficou como que bloqueada pelo efeito das medicações e do meu estado. Não me lembro de praticamente nada do que tenha acontecido durante aquele período. Mas houve algo que merece ser citado: Um dos meus amigos viajou várias vezes de São Paulo para Limeira, por vezes só para me ver por alguns minutos na UTI e voltar em seguida para São Paulo. Numa dessas visitas ele resolveu cantar ao meu lado, na UTI, uma canção sacra que ele já me havia ouvido cantar no passado, baseada em 2 Crônicas 7:14, texto esse no qual DEUS promete ouvir as preces e curar. Estranhamente, enquanto ele estava cantando, meu cérebro voltou a funcionar e, ouvindo claramente a música, sonhei que estava em algum lugar do hospital, aguardando minha recuperação. Lembro-me com considerável riqueza de detalhes das cenas que vi nesse sonho, ao final do qual veio à minha mente a sensação de que DEUS estava cuidando de mim, que eu deveria descansar enquanto estava me recuperando e que, quando o momento certo chegasse, acordaria melhor. Então minha mente parou novamente e não ficou lembrança de mais nada depois disso.

Cabe aqui atestar o poder da música. Eu estava em coma profundo e minha mente não reagia, até que uma música a fez funcionar coerentemente por alguns minutos. Estudos têm comprovado que a música tem, realmente, um poder tremendo sobre a mente humana. Enquanto a fala é decifrada pelo córtex cerebral, a música entra “pela porta dos fundos”, pelo tálamo, conseguindo exercer sua influência sobre a mente mesmo que o cérebro esteja incapacitado de usar a razão. Ela pode até mesmo “burlar” as barreiras da consciência e enviar sua mensagem diretamente para o subconsciente. Fica aqui um alerta: Devemos escolher com sabedoria que tipo de música ouvimos, pois ela pode nos influenciar muito mais do que imaginamos. Esse assunto será tratado com riqueza de detalhes na série de livretos intitulada “Música, Bênção ou Maldição?”, desta mesma editora.

Receba periodicamente publicações como esta em seu WhatsApp
enviando uma mensagem para

+55 (19) 9 9604-3638
(o número não recebe chamadas, apenas mensagens).


Texto extraído do livro
Não Foi Por Acaso
da Editora Luzes da Alvorada.
Contato / Pedidos