Dois Coelhos e Um Incêndio
Tramas Espantosas

Você já ouviu a expressão “matar dois coelhos com uma só cajadada”? Foi algo semelhante que Nero tentou fazer pouco depois do ano 64 da Era Cristã. Ele estava em apuros. Tendo subido ao trono com apenas dezessete anos de idade, sempre esteve cercado por pessoas ardilosas e por conspirações. Não é de se admirar que ele próprio tenha aprendido a ser frio, calculista, astuto e trapaceiro.

Nero não teve muita dificuldade para encontrar um “bode expiatório” para levar a culpa pelos seus crimes. Havia em Roma, bem como em outras localidades do mundo greco-romano, um grupo de adoradores de um DEUS único e invisível, que compartilhavam crenças semelhantes às dos judeus e que eram tão desprezados pelos romanos como a “favela” que Nero tinha mandado queimar. Esses cristãos, como já eram então conhecidos, não aceitavam a ideia de que o imperador romano fosse uma divindade e afirmavam que JESUS, que havia ressuscitado dos mortos e subido ao Céu, voltaria para reivindicar o trono universal.

Nero sabia que os cristãos não representavam problema algum para Roma. De fato, não fazia muito tempo que ele mesmo havia absolvido um cristão de destaque, que havia sido conduzido a Roma depois de ter sido preso pelo seu próprio povo em Jerusalém. Esse homem, conhecido pelo nome de Paulo, sendo cidadão romano por ter nascido na cidade de Tarso, se valeu de uma lei que lhe dava a garantia de, sendo julgado injustamente por algum tribunal local, poder apelar para “Cesar”, ou seja, poder ser julgado novamente pelo próprio imperador (Atos 25:1-12).

Nero havia julgado e absolvido a Paulo, depois de este ter ficado por dois anos em prisão domiciliar em Roma, aguardando o julgamento (Atos 28:30 e 31). Não havia provas substanciais para ele ser condenado e tinha ficado claro que o motivo da sua prisão era preconceito religioso, o que não tinha relevância alguma por ocasião do julgamento. Agora, porém, as “crendices” desses cristãos poderiam ser apresentadas como acusações contra eles e, o que interessava a Nero no momento, livrá-lo da suspeita da autoria do incêndio. De quebra, aquele tirano estaria removendo do próprio caminho aquela “ralé religiosa” que não tinha grande admiração pelo imperador, pessoas agora tão indesejáveis aos seus olhos quanto as casas que ele havia mandado incendiar.

Foi assim que Nero Cláudio Augusto Germânico escreveu um dos piores capítulos da história da sua vida. Removendo das próprias costas a culpa pelo crime que cometera no incêndio de Roma, deu início a uma sangrenta perseguição contra os cristãos, a qual perdurou por muitas décadas. Foi nessa época que o Apóstolo Paulo foi novamente preso e julgado, sendo que, dessa vez, Nero o sentenciou à morte.

Você sabe quais são algumas das coisas que DEUS detesta? A Bíblia diz: “Há seis coisas que o SENHOR odeia, sete coisas que ele detesta: olhos altivos, língua mentirosa, mãos que derramam sangue inocente, coração que traça planos perversos, pés que se apressam para fazer o mal, a testemunha falsa que espalha mentiras e aquele que provoca discórdia entre irmãos” (Provérbios 6:16-19). Você notou como Nero conseguiu, de uma vez só, praticar várias das coisas que DEUS detesta?

Você acha que pessoas como Nero, orgulhosas, frias, egocêntricas, mentirosas, caluniadoras, que não se importam com ninguém e que não pensam duas vezes quando podem levar vantagem prejudicando os outros, são amadas, respeitadas e conseguem ser plenamente felizes? Claro que não! Você concorda? Então “não tenha inveja dos ímpios, nem deseje a companhia deles” (Provérbios 24:1). Não desperdice as suas chances de ser feliz envolvendo-se com a maldade, seja por fazer o que é errado, seja por andar em más companhias.

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Texto extraído do livro
Tramas Espantosas
da Editora Luzes da Alvorada.
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