Ideias Manipuladas
Tramas Espantosas

Alguns imaginam que as pessoas que viveram nos dias de Nero eram todas desalmadas e quase selvagens por aceitarem as atrocidades praticadas contra os cristãos. Vale lembrar que, paradoxalmente, esses fatos centralizaram-se em uma metrópole extremamente desenvolvida, como vimos anteriormente. É estranho pensar que um imperador após outro apenas dizia que multidões deveriam ser massacradas e o resto da população simplesmente concordasse cegamente, sem que ninguém tivesse piedade, não é mesmo? Mas a verdade é outra, como você começou a descobrir no último capítulo.

Até mesmo historiadores romanos, como Tácito e Suetônio afirmaram que a acusação contra os cristãos de culpados pelo incêndio de Roma era uma manobra de Nero para desviar as suspeitas de si mesmo. Tácito, no entanto, acreditava que os cristãos eram merecedores das mais severas punições porque as suas crenças os levavam a cometer “infâmias” e que eles eram “inimigos do gênero humano”. Já Suetônio descreveu a religião cristã como uma “superstição nova e maléfica”.

O que levou até mesmo eles a fazerem tais afirmações, embora estivessem cientes da falsidade das acusações contra os cristãos relativas ao incêndio de Roma? Foram as informações falsas que circulavam a respeito dos cristãos, bem como o preconceito existente por causa das mudanças que o cristianismo produzia nas vidas das pessoas.

Por exemplo: O cristianismo reprovava a escravidão e igualava os seres humanos; os romanos queriam os lucros oriundos pela escravidão. E ainda mais: o fato de um escravo poder se tornar um líder na mesma igreja frequentada por alguém de alta posição era, para a sociedade romana, um absurdo.

Já vimos que a crença cristã de que o imperador não era uma divindade era algo desagradável para os nobres romanos. Da mesma forma, a ideia de “outro rei” que viria do Céu para suprimir os governos terrenos era detestável para os políticos da situação.

Os boatos infamatórios afirmavam ainda que os milagres operados pelos apóstolos vinham da magia negra, que o “ósculo santo”, o beijo no rosto que era o cumprimento dado no final da Santa Ceia, estava associado ao incesto, que eles praticavam o canibalismo e sacrificavam crianças.

Os articuladores daquela trama abominável conseguiram levar o povo a ver os cristãos como sendo as pessoas mais desumanas e detestáveis que poderiam existir. O pensamento popular foi manipulado para que muitos acreditassem que a morte dos cristãos era um benefício para a sociedade e um ato de justiça. O martírio dos cristãos chegou a ser visto como motivo de festa, como se fosse a pena de morte sendo aplicada a pervertidos assassinos de crianças. E em cada oportunidade que aparecesse, alguém acrescentava alguma acusação injusta para piorar as coisas, como quando o imperador Domiciano matou o próprio irmão e colocou a culpa nos cristãos. Ele também mandou matar alguns senadores romanos, uns por desconfiança ou disputa política e outros para confiscar-lhes os bens, e, novamente, lançou a culpa dos crimes sobre os cristãos.

Acredito que você odeia a injustiça, não é mesmo? Um ditado popular afirma que “a justiça tarda, mas não falha”. Que ninguém se engane pensando que, por tardar, a justiça não vai cobrar a dívida. “Quando os crimes não são castigados logo, o coração do homem se enche de planos para fazer o mal”. (Eclesiastes 8:11). A Bíblia orienta: “Não se deixem enganar: de DEUS não se zomba. Pois o que o homem semear, isso também colherá” (Gálatas 6:7). Nunca se envolva com a injustiça, por menor que seja, ainda que as aparências possam dar a impressão de que ela seja uma boa opção; no final, o preço será caríssimo!

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Texto extraído do livro
Tramas Espantosas
da Editora Luzes da Alvorada.
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